Em texto publicado no site do Sistema Integrado de Informação em Saúde do Rio Grande do Sul (SIS Saúde-RS), mantido por três instituições hospitalares, a pesquisadora Virgínia Schall apresentou o método Evidengue. Desenvolvido no Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR/Fiocruz Minas), o método “mostra 100% de eficácia no controle a ovipostura de fêmeas adultas do mosquito transmissor, em recipientes caseiros como potes e vasos de flor”. A pesquisadora aponta que essas estruturas, entre elas pratos colocados como suporte para plantas, são os criadouros mais produtivos para larvas e pupas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus da dengue. Diante disso, foi desenvolvida pela pesquisadora e pela equipe do René Rachou a Evidengue, uma espécie de tela mosquiteiro que evita o depósito, pelas fêmeas, das novas larvas nesses locais.
O modelo consiste em uma tela que, colocada em pratos e vasos de flores, impede a procriação do mosquito transmissor da dengue. |
A eficácia do aparato está sendo avaliada tanto em campo quanto em laboratório, local onde se mostrou 100% eficaz para vedar pratos e, assim, impedir a ovipostura de fêmeas adultas do mosquito nesse tipo de recipiente. “Está em andamento um estudo na Região Metropolitana de Belo Horizonte no qual as caixas d’água e os vasos estão sendo vedados com as capas e os índices larvares estão sendo acompanhados, para verificar a efetividade da proteção na diminuição do número de recipientes infestados pelos mosquitos na região”, aponta a pesquisadora, no artigo.
“Espera-se que desse desenvolvimento resulte uma tecnologia de envoltórios de tela de poliéster, com aplicação mais ampla em recipientes domiciliares de coleta e armazenamento de água, entre os quais as caixas d’água, tambores, baldes, piscinas etc”, afirma. “Podem ser feitos em diversas cores e representarem adornos nas residências, facilitando a sua adoção. Confeccionados em grande número, podem ter preços muito acessíveis para a população”, sugere.
Em uma outra publicação, a revista Cadernos de Saúde Pública, Virginia abordou a importância de difundir o conceito de vedar os recipientes com água em lugar de tampar, o que de fato pode prevenir a entrada dos mosquitos. Na mesma publicação, foi apresentado o conceito de proficiência de uso, que é usar a capa de modo correto, para que ela de fato vede o recipiente. Afinal, assim como cintos de segurança, capacetes de motos, camisinhas, o uso adequado é essencial para seu efeito preventivo.
Em outros estudos, a equipe do CPqRR vem demonstrando a importância do uso da capa associado ao ensino em sala de aula. Os alunos que recebem a capa, ao levarem-na para casa, falam sobre o que aprenderam e incentivam os pais ou responsáveis a usarem a evidengue para proteger seus vasos de planta.
Fonte:
Agência Fio Cruz Noticias.